Site Meter

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Magnata embarca na quinta-feira rumo à Estação Espacial Internacional








da Efe, em Moscou

O magnata norte-americano da informática Charles Simonyi, 60, teve um dia de descanso nesta quarta-feira (25), antes de viajar amanhã, pela segunda vez, à Estação Espacial Internacional (ISS, em inglês) como turista.

Simonyi foi a dormir às 21h (11h de Brasília), já que, "antes do voo, todos os tripulantes devem descansar tanto física quanto psicologicamente", informou hoje a Roscosmos, agência especial russa.




Durante os 12 dias de estadia na ISS (em 2007, ficou por 13 dias), Simonyi traçará um plano da contaminação radioativa da plataforma orbital.Amanhã, a esposa do multimilionário --com que ele se casou após viajar à plataforma orbital em abril de 2007-- e vários amigos se despedirão de Simonyi na base de Baikonur, no Cazaquistão.


Os resultados das pesquisas do turista norte-americano servirão para melhorar os sistemas de defesa da ISS frente à radiação cósmica.

Além disso, entre os experimentos encomendados pelas agências espaciais europeia e russa, Simonyi estudará os efeitos dos voos ao espaço sobre a osteoporose e as dores de costas.

Simonyi também se comunicará com estudantes radioamadores, e tirará fotos da Terra.

O magnata, que trabalhou na Microsoft desde as origens da empresa e tem uma fortuna estimada em US$ 1 bilhão, pagou cerca de US$ 35 milhões pela segunda viagem à ISS --US$ 10 milhões a mais do que o valor pago na viagem anterior.

A Space Adventures, agência americana que organiza voos dos turistas espaciais, retirou recentemente de seu site a lista de preços para as viagens à ISS. Simonyi será, durante alguns anos, o último turista a ir à plataforma orbital.

Luz "errada" ofusca maratona astronômica





EDUARDO GERAQUE
da
 Folha de S.Paulo

Quando astrônomos profissionais e amadores do mundo inteiro se juntarem a partir de amanhã para a maior maratona de observação dos céus já feita, as 100 Horas de Astronomia, enfrentarão um inimigo comum: o céu das grandes cidades do mundo, como São Paulo, que permite ver apenas a Lua e um punhado de estrelas mais brilhantes.

Por causa da poluição luminosa, os cenários urbanos estão longe do ideal para observações. No deserto do Chile, por exemplo, é possível contar a olho nu mais de 5.000 estrelas.

Transformar o panorama do céu, segundo os pesquisadores inconformados com o grande desperdício de luz, não melhora apenas o lado da astronomia. Faz bem ao bolso também.







Uma vez que é impossível eliminar as cidades, os astrônomos vêm sugerindo formas de ao menos suavizar o problema."Nós estimamos que 30% da luz que ilumina as grandes cidades seja jogada no lixo. Além de ser um problema ambiental, é também econômico. Todos estão pagando essa conta", diz o astrônomo amador Tasso Napoleão, um dos coordenadores brasileiros das 100 Horas de Astronomia, o primeiro grande evento público do Ano Internacional da Astronomia, em 2009 (leia texto à direita).



A principal delas é combater a iluminação "errada". Segundo Napoleão, trata-se da iluminação típica das ruas das cidades brasileiras. Os raios de luz acabam "vazando" para os lados e, principalmente, para o céu. Além de não iluminarem a rua (daí os 30% de desperdício na conta de Napoleão), ainda ofuscam as estrelas.

Uma conta feita no Reino Unido ajuda a dimensionar o problema. Em um ano, o país jogou fora R$ 3,32 bilhões por causa da luz "errada".

Para baixo

Por causa disso, a cidade de La Serena, no Chile, onde a reportagem da Folha esteve em janeiro, há mais de dez anos cuida da poluição luminosa por meio de luminárias públicas eficientes, que jogam a luz para o chão. As ações são regulamentadas por uma lei específica, em vigor desde 1998.

A atitude não serve só para agradar a poetas e astrônomos. Mais de 100 mil turistas visitam a região todos os anos atrás dos observatórios astronômicos amadores. Perto de La Serena, também estão instalados grandes observatórios profissionais importantes, como o Gemini Sul e o Soar.

Atitudes semelhantes às chilenas, ainda mais antigas, foram tomadas em outras cidades do mundo, onde as luzes estavam ofuscando demais o céu. As Ilhas Canárias, palco de vários observatórios europeus importantes, também seguem a linha de jogar luz só para o chão. A lei de proteção do céu na região é de 1988.

"A solução é simples. Nem precisa, muitas vezes, trocar tudo. Basta usar uma lâmpada até 30% mais fraca, com uma luminária que jogue toda a luz para baixo", diz o engenheiro Cristóvão Jacques, outro astrônomo amador incomodado com a poluição luminosa.

O mineiro caçador de supernovas controla pela internet um observatório em Belo Horizonte. 'As luzes da cidade- além do tempo nublado- atrapalham bastante as observações', diz Jacques. Segundo o engenheiro, as iluminações de outdoors e de monumentos voltadas para cima são exemplos clássicos do desperdício.

"Fiquei meio decepcionado e parei de fazer campanha contra isso", diz Carlos Alberto Torres, do LNA (Laboratório Nacional de Astrofísica). Em Brazópolis (MG) desde os anos 1970, onde fica o Observatório Pico dos Dias, Torres acompanha o aumento da poluição luminosa entre São Paulo e Minas. "Várias cidades poderiam ter uma preocupação maior. Entre elas Itajubá, Pouso Alegre e Campos do Jordão."

Existe ainda uma questão sociológica por trás da contaminação luminosa, diz Napoleão. "Nas grandes cidades, cada vez mais, as pessoas não olham mais para o céu. Elas vão se afastando da natureza como um todo", filosofa.


Sol "quieto" intriga astrônomos

PALLAB GHOSH
da BBC
O Sol passa por um de seus períodos mais quietos por quase um século, praticamente sem manchas solares (explosões na atmosfera solar) e emitindo poucas chamas.
A observação da estrela mais próxima da Terra está intrigando os astrônomos, que estão prestes a estudar novas imagens do Sol captadas no espaço na Reunião Nacional de Astronomia do Reino Unido.
O Sol normalmente passa por ciclos de atividade de 11 anos. Em seu pico, ele tem uma atmosfera efervescente que lança chamas e "pedaços" gasosos super quentes do tamanho de pequenos planetas. Depois deste pico, o astro normalmente passa por um período de calmaria.

Solar and Heliospheric Observatory




Nível de atividade do Sol está intrigando pesquisadores
Esperava-se que o Sol voltasse a esquentar no ano passado depois de uma temporada de calmaria. Mas, em vez disso, a pressão do vento solar chegou ao seu nível mais baixo em 50 anos, as emissões radiológicas são as mais baixas dos últimos 55 anos e as atividades mais baixas de manchas solares dos últimos 100 anos.
Segundo a professora Louise Hara, do University College London, as razões para isso não estão claras e não se sabe quando a atividade do Sol vai voltar ao normal.
"Não há sinais de que ele esteja saindo deste período", disse.
"No momento, há artigos científicos sendo lançados que sugerem que ele vai entrar em um período normal de atividade em breve."
"Outros, no entanto, sugerem que ele vai passar por outro período de atividades mínimas --este é um grande debate no momento."
Mini era do gelo
Em meados do século 17, um período de calmaria - conhecido como Maunder Minimum - durou 70 anos, provocando uma "mini era do gelo".
Por isso, alguns especialistas sugeriram que um esfriamento semelhante do Sol poderia compensar os efeitos das mudanças climáticas.
Mas, segundo o professor Mike Lockwood, da Universidade de Southhampton, isso não é tão simples assim.
"Quisera eu que o Sol estivesse vindo a nosso favor, mas, infelizmente, os dados mostram que não é esse o caso", disse ele.
Lockwood foi um dos primeiros pesquisadores a mostrar que a atividade do Sol vinha decrescendo gradualmente desde 1985, mas que, apesar disso, as temperaturas globais continuavam a subir.
"Se você olhar cuidadosamente as observações, está bem claro que o nível fundamental do Sol alcançou seu pico em cerca de 1985 e o que estamos vendo é uma continuação da tendência para baixo (na atividade solar), que vem ocorrendo há cerca de duas décadas."
"Se o enfraquecimento do Sol tivesse efeitos resfriadores, já teríamos visto isso a esta altura."
Meio-termo
Análises de troncos de árvores e de camadas inferiores de gelo (que registram a história ambiental) sugerem que o Sol está se acalmando depois de um pico incomum em sua atividade.
Lockwood acredita que, além do ciclo solar de 11 anos, há uma oscilação solar que dura centenas de anos.
Ele sugere que 1985 marcou o pico máximo deste ciclo de longo prazo e que o Maunder Minimum marcou seu ponto mais baixo.
Para ele, o Sol agora volta a um meio-termo depois de um período em que esteve praticamente no topo de suas atividades.
Dados do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) mostram que as temperaturas globais subiram em média 0,7º C desde o início do século 20.
As projeções do IPCC são de que o mundo vai continuar a esquentar, e a expectativa é que as temperaturas aumentem entre 1,8º C e 4º C até o fim deste século.
Ninguém sabe ao certo como funciona o ciclo de altos e baixos na atividade solar, mas os astrônomos se veem, agora, graças a avanços tecnológicos, em uma posição privilegiada para estudar o astro-rei.
Segundo o professor Richard Harrison, do Laboratório Rutheford Appleton, em Oxfordshire, este período de quietude solar dá aos astrônomos uma oportunidade única.
"Isso é muito animador, porque como astrônomos nunca vimos nada assim em nossas vidas", disse ele.
"Temos uma sonda lá no alto para estudar o Sol com detalhes fenomenais. Com esses telescópios podemos estudar esta atividade mínima de um modo que nunca fizemos no passado."
Europeus acham menor planeta extrassolar





CLAUDIO ANGELO
editor de Ciência da
 Folha de S.Paulo





Um grupo de astrônomos europeus anunciou ontem ter detectado o menor planeta fora do Sistema Solar até agora. De quebra, afirmou que um vizinho dele é forte candidato a ter um oceano --e, talvez, vida.

O novo planeta, batizado Gliese 581e, tem apenas 1,9 vez a massa da Terra. Ele orbita a estrela onde há dois anos a mesma equipe de pesquisadores descobriu um mundo com diâmetro semelhante ao da Terra e supostamente dentro da chamada zona habitável, região onde é teoricamente possível encontrar água líquida.





Concepção artística do planeta extrassolar (à esq.),
 que tem 1,9 vez a massa da Terra e é vizinho de candidato a ter oceano




O pequeno astro é o quarto planeta descoberto em torno da estrela Gliese 581, que vem sendo observada assiduamente há cinco anos pelo suíço Michel Mayor e colegas, com o auxílio de um telescópio do ESO (Observatório Europeu do Sul) em La Silla, norte do Chile.
"Nossas observações indicavam que ainda havia espaço para encontrar mais planetas lá. A surpresa foi achar um tão pequeno e tão perto da estrela", disse à Folha Xavier Bonfils, do Observatório de Grenoble, França, coautor da descoberta.

Apesar de ser rochoso, como a Terra, o planeta "e" está perto demais de sua estrela para ser um bom candidato à vida. Sua distância em relação a Gliese 581 equivale a menos de 10% da distância da Terra ao Sol. Nessa região, qualquer oceano que viesse a se formar no mundinho seria vaporizado. E água líquida, até onde os cientistas sabem, é essencial à vida.

A descoberta, no entanto, é importante por outra razão: ela mostra aos astrônomos que o céu é literalmente o limite para a detecção de planetas tipo Terra fora do Sistema Solar.

Por Júpiter

A caça aos planetas fora da Terra foi iniciada em 1995 por Mayor, do Observatório de Genebra, e seu colega Didier Queloz. Esses astros, porém, são praticamente impossíveis de observar diretamente, pois estão muito longe e acabam ofuscados pela luz de suas estrelas. Sua detecção precisa ser indireta, por meio do puxão gravitacional que eles exercem.

Até pouco tempo atrás, achava-se que só fosse possível detectar planetas gigantes gasosos, como Júpiter, que exercem um puxão mais distinguível --mas que são todos inabitáveis. O aperfeiçoamento dos instrumentos e os vários anos de dados acumulados permitiram detectar mundos como a Terra.

"Quando descobrimos o primeiro planeta extrassolar, não podíamos imaginar que isso poderia estar no domínio da astronomia hoje", disse Mayor.

Também ajudou o fato de o grupo ter escolhido o alvo certo: Gliese 581 é uma anã-vermelha, uma classe de estrela menor e menos brilhante que o Sol. No começo da década, anãs-vermelhas eram desprezadas pelos caçadores de planetas -que as consideravam frias demais para abrigar planetas habitáveis. Mas justamente o fato de elas serem mais "apagadas" ajuda na detecção de planetas rochosos.

Novos alvos

As observações do grupo europeu também permitiram refinar dados sobre a órbita e a massa dos outros planetas do sistema Gliese 581. Um deles, o "c" --o tal "gêmeo" da Terra--, talvez esteja na zona habitável. E seu vizinho, o "d", certamente está. Apesar de não ser inteiramente rochoso, "ele poderia até mesmo ser coberto por um oceano", disse em comunicado do ESO o suíço Stéphane Udry, outro membro da equipe.

Bonfils afirma que ainda é possível descobrir mais planetas com até duas vezes a massa terrestre na zona habitável de Gliese 581. "Daqui a dois anos talvez possamos anunciar outro." E o trabalho não para por aí: há 310 anãs-vermelhas candidatas a abrigar novas Terras na mira dos pesquisadores.


Europeus detectam objeto mais antigo do Universo





EDUARDO GERAQUE



Astrônomos europeus anunciaram nesta terça-feira (28) a detecção do objeto mais distante do Universo: uma explosão de raios gama ocorrida há 13,1 bilhões de anos --apenas 600 milhões de anos após o Big Bang.

O satélite Swift, da Nasa, detectou na última quinta-feira uma extraordinária liberação de energia na constelação de Leão. A distância do evento foi confirmada pelo telescópio VLT, do ESO (Observatório Europeu do Sul), no Chile.



Explosão ocorreu 600 milhões de anos depois do Big Bang
Explosão ocorreu 600 milhões de anos depois do Big Bang






As explosões cósmicas de raios gama são os eventos mais energéticos do Universo. A estrela que explodiu, virando um buraco negro, emitiu em 10 segundos mais energia do que o Sol produzirá em seus 10 bilhões de anos de vida.

"É espetacular. Esse anúncio confirma que as explosões de raios gama são fenômenos extraordinários", diz o físico Carlos Escobar, da Unicamp.

A importância de detecções do tipo é saber com mais exatidão quando os interruptores do Universo foram ligados.

O Big Bang ocorreu há 13,7 bilhões de anos. Mas, na infância do Universo, tudo era escuro. Não havia corpos celestes emitindo nenhum tipo de luz.

Com a passagem de alguns milhões de anos, a gravidade começou a compactar a matéria gasosa. O processo formou as primeiras estrelas.

Até hoje, o evento explosivo mais antigo detectado havia ocorrido 740 milhões de anos após o Big Bang. Agora já se sabe que antes disso já havia estrelas e galáxias formadas.




Nasa divulga imagem de buraco negro no centro da Via Láctea

A Nasa (agência espacial americana) divulgou nesta terça-feira (5) imagem de um buraco negro localizado no centro da Via Láctea, conhecido como Sagitário A*.
Com uma dimensão de 114 anos-luz, ele está localizado a cerca de 26.000 anos-luz da Terra, na constelação de Sagitário. É visível a partir dos dois hemisférios da Terra.
  • O Sagitário A* é supermaciço, ou seja, possui uma massa muito maior que a da maioria das estrelas maciças, com cerca de cem massas solares.
Nasa
Imagem divulgada pela Nasa do buraco negro supermassivo Sagitário A*, que fica no centro da Via Láctea
Imagem divulgada pela Nasa do buraco negro supermaciço Sagitário A*, que fica no centro da Via Láctea
Os cientistas acreditam que as regiões centrais de praticamente toda galáxia --como é o caso da Via Láctea, onde fica a Terra-- contêm um buraco negro supermaciço como este, de um milhão de massas solares ou mais.
No entanto, de acordo com os astrônomos da Nasa, este buraco negro é um "devorador" fraco. Seu combustível vem de ventos originados em estrelas jovens, localizadas em uma relativamente longa distância do Sagitário A*, onde sua influência gravitacional é fraca, tornando-se difícil a captura.
A imagem foi produzida ao se utilizar diferentes faixas de energia de Raios-X do observatório da Nasa Chandra e utilizando códigos coloridos para representá-las. Os dados são de uma série de observações que duram no total um milhão de segundos, ou quase duas semanas.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...