Colisão de partículas simulando Big Bang chega a recorde
da Folha Online
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Denis Balibouse/Reuters |
Cientistas observam gráficos sobre as primeiras colisões bem sucedidas de energia total no Grande Colisor de Hádrons(LHC) |
No fim de novembro, o equipamento já haviaatingido a marca de 1,18 TeV --posteriormente ainda chegando a 2,36 TeV em 2009--, e com isso já se tornando o acelerador de partículas de energia mais alta do mundo.
"Isto é física em ação, o início de uma nova era, com colisões de 7 TeV", disse Paola Catapano, cientista e porta-voz do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern, na sigla em francês), de Genebra, ao anunciar o experimento.
Os aplausos foram intensos nas salas de controle quando os detectores do Grande Colisor de Hadrons (LHC), instalado na fronteira entre França e Suíça, marcaram o choque de partículas subatômicas a uma velocidade próxima à da luz. O colisor possui um túnel oval de 27 quilômetros de comprimento e custou US$ 10 bilhões.
Maximilien Brice-21.out.09/Cern |
Duto com ímãs restaurados em 2009 corre por trecho do túnel do LHC que havia sido danificado durante a pane ocorrida em 2008 |
Cada colisão entre as partículas cria uma explosão que permite que milhares de cientistas vinculados ao projeto em todo o mundo rastreiem e analisem o que aconteceu um nanossegundo depois do hipotético Big Bang original, 13,7 bilhões de anos atrás.
O Cern reativou o LHC em novembro, depois de paralisá-lo nove dias depois do lançamento inicial, em setembro de 2008, quando a máquina se superaqueceu devido a problemas no cabo supercondutor que conecta dois ímãs de refrigeração.
Os cientistas esperam que a grande experiência lance luz sobre mistérios importantes do cosmos, como a origem das estrelas e dos planetas e o que exatamente é a matéria escura.
Agulhas pelo Atlântico
"Alinhar os feixes já é um grande desafio; é como disparar agulhas dos dois lados do Atlântico e esperar que elas colidam de frente no meio do caminho", disse Steve Myers, diretor de aceleradores e tecnologia do Cern.
Os físicos estão se concentrando na identificação do bóson de Higgs --a partícula que recebeu o nome do professor escocês Peter Higgs, que três décadas sugeriu que algo como ela torna possível a conversão da matéria criada no Big Bang em massa.
Tentativas anteriores de encontrar a partícula fracassaram. Segundo os físicos, a presença dela no cosmos permitiu que os escombros gasosos após o Big Bang se transformassem em galáxias, com estrelas e planetas como a Terra.
Martial Trezzini/Efe |
Grande Colisor de Hádrons (LHC), acelerador de partículas do Laboratório Europeu de Física Nuclear (Cern), entre Suíça e França |
Os pesquisadores, no decorrer dos estudos no LHC, também esperam encontrar prova real da existência da energia escura, que representa os cerca de 70% restantes do cosmos.
Mas o experimento também pode ingressar no mundo da ficção científica, uma vez que as previsões de muitos cosmologistas apontam para a existência de outros universos paralelos e de dimensões além das cinco conhecidas, além de se vislumbrar o que havia antes do Big Bang.
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